Pecuária de corte representa 10% do PIB do agronegócio brasileiro
Em seu relatório anual Perfil da Pecuária Brasileira, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) apontou resultados positivos do setor na economia nacional. O movimento do agronegócio da pecuária de corte em 2020 foi de R$ 747,05 bilhões, 20,8% acima dos R$ 618,50 bilhões registrados em 2019. O valor representa 10% do PIB do agronegócio no PIB brasileiro – a maior taxa já registada na última década.
O cálculo foi feito baseado em todas as movimentações relacionadas à cadeia, desde valores dos insumos utilizados na pecuária, passando por investimentos em genética, sanidade animal, nutrição, exportações e vendas no mercado interno. O faturamento chegou a R$ 178,24 bilhões, o que representa aumento de 40,3% comparado ao ano anterior. A produção de insumos e de serviços ligados à produção pecuária, que registrou ganhos de R$ 60,44 bilhões, teve uma redução de 18,7% diante do resultado de 2019.
O estudo ainda faz uma espécie de censo dos rebanhos distribuídos no território nacional. O resultado foi de 187,55 milhões de cabeças, com o abate de 41,5 milhões de animais, uma queda de 4,2% no período anterior. Apesar da redução, o país registrou um aumento de 8% nas exportações de carne bovina, totalizando 2,69 milhões TEC (Tonelada de Equivalente Carcaças) em 2020. Deste valor, 73,93% foram destinados ao mercado interno, enquanto 26,07% foram exportados.
A contagem do rebanho por parte da Abiec foi apresentada a partir da metodologia sugerida pela Athenagro Consultoria. Até a edição de 2020, a quantidade de cabeças no rebanho brasileiro foi divulgada de acordo com a Pesquisa Pecuária Municipal, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A decisão foi tomada com base no comportamento do mercado entre 2019 e 2021, o que comprovou a inviabilidade da presença de um rebanho acima de 215 milhões de cabeças. O tema já era alvo de discussões entre os técnicos especializados em pecuária.
Outro aspecto relatado pela Abiec diz respeito à sustentabilidade do uso da terra para a pecuária no Brasil. Segundo o estudo, 162,5 milhões de hectares são utilizados para pastagem, sendo que a maior parte – 138,4 milhões – é considerada área em bom estado de utilização. Nos últimos 30 anos, a produtividade sustentável aumentou 159%, assim como a produção de carne, que foi de 1,6 @/ha/ano, em 1990, para 4,2 @/há/ano, em 2020. O incremento do uso da tecnologia evitou que 253,8 milhões de hectares fossem desmatados. A prova disso é que nas últimas três décadas a área de pasto recuou 13,6%.
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