Pesquisadores têm boas perspectivas da carne brasileira no mercado internacional em 2022
Pesquisadores do Centro de Inteligência da Carne Bovina (CiCarne) da Embrapa Gado de Corte apontam que a demanda internacional pela proteína traz boas perspectivas para os pecuaristas brasileiros em 2022. Para Guilherme Cunha Malafaia, Sergio Raposo de Medeiros e Fernando Rodrigues Teixeira Dias o aquecimento está relacionado à continuidade de dificuldades da produção de suínos na Ásia, abalada pela Peste Suína Africana.
“Esperamos que a produção de suínos volte a cair em muitos mercados asiáticos, incluindo a China, em 2022, pelos preços descendentes e alto custo com insumos, desestimulando assim a produção. Tal evento criará oportunidades para as exportações brasileiras”, aponta o boletim da CiCarne, órgão criado em 2014, na Embrapa Gado de Corte, de Campo Grande (MS), como parte da Rede de Observatórios do Sistema de Inteligência Estratégica da Embrapa (Agropensa).
A retomada das exportações da carne brasileira para a China, em 15 de dezembro, aponta que o enorme mercado chinês deve se manter como o principal parceiro comercial da cadeia produtiva brasileira. É de se esperar, no entanto, uma competitividade dos americanos. “Para o câmbio, as expectativas em função das incertezas globais causadas pela COVID-19 são de preços firmes, com o mercado projetando o dólar em R$ 5,50 ao fim de 2022 e alta volatilidade”, diz o boletim.
O time da CiCarne aposta que, para o mercado interno, as vendas são mais desafiadoras, visto que a economia brasileira está pressionada pela inflação e pelo desemprego, variantes que podem pressionar o consumo de carne bovina, o que atualmente representa 75% do total da produção total. “Entretanto, esse consumo se fortalecerá num futuro próximo. A tendência de ‘premiumisation’ (percepção de mais saúde, qualidade e experiência) também será forte na carne bovina, gerando oportunidades para projetos de carne de qualidade e de marcas-conceito”, conclui.
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