CNA na COP-27: compromisso do Agro com segurança alimentar e sustentabilidade
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avaliou que o agro brasileiro conseguiu “dar seu recado ao mundo” em relação ao compromisso do produtor rural com a sustentabilidade ambiental e a segurança alimentar na Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que terminou oficialmente na sexta (18).
“O país veio mostrar suas ações para cumprir metas do Acordo de Paris e contribuir com o fornecimento de alimentos para um bilhão de pessoas no mundo. E sempre de maneira sustentável, sem recuar de seus esforços, diferentemente de muitos países. Além disso, demos todo o suporte necessário aos negociadores brasileiros nessas duas semanas sobre os pontos importantes do setor”, afirmou o presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, Muni Lourenço.
No entanto, Muni ressaltou que, até agora, o avanço nas negociações ficou aquém das expectativas em relação à implementação de medidas como o financiamento de ações pelos países desenvolvidos para que aqueles em desenvolvimento possam enfrentar os problemas decorrentes das mudanças climáticas.
“Havia muitas expectativas em relação a este tema para que os países desenvolvidos, que contribuíram fortemente para o aumento da temperatura global, pudessem fazer aportes em termos de investimentos e cooperação técnica, mas vamos seguir esperando por avanços para as próximas conferências”, ressaltou.
Outro ponto nas negociações que foi insuficiente, de acordo com Lourenço, foi a definição de instrumentos para a operacionalização do mercado de carbono. “Pelo ativo ambiental que o Brasil possui, o país poderia dar grande contribuição ao mundo neste mercado, mas infelizmente tivemos avanços tímidos”. Por outro lado, ele destacou que houve avanços em relação ao Grupo de Koronívia, reconhecendo a importância da agricultura para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
“O Brasil tem programas e tecnologias que sempre conciliaram produção com preservação ambiental e o grupo reconheceu a importância de programas como o ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), que é referência mundial em questão de sustentabilidade e sequestro de carbono, e o Grupo de Trabalho reconheceu essa importância”.
A CNA destacou cinco temas relevantes no posicionamento para a COP-27 entregue ao governo: nova meta quantificada de financiamento climático; mecanismos focados em adaptação; adoção do plano de ação para agricultura, resultado das negociações de Koronívia; operacionalização dos mecanismos de mercado de carbono; e recomendações de ordem geral aos negociadores brasileiros.
“O agro brasileiro marcou sua posição e foi ouvido pelo mundo mostrando que o país é uma potência ambiental e energética e parte da solução dos problemas climáticos. Segurança alimentar e climática caminham juntas”, afirmou.
O Sistema CNA/Senar também participou do lançamento do Projeto Vertentes, que busca promover a gestão sustentável do meio ambiente em propriedades rurais de soja e pecuária de corte em uma área de 47,1 milhões de hectares no cerrado nos próximos anos.
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA
Comentários: